12/08/2022
Campus Anápolis

Uma pesquisa feita entre a Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA e a Goiás Alimentos tem como foco estudos para reaproveitamento das sobras do tomate para produção de um nutracêutico. Trata-se de um complexo vitamínico ou bioativo que poderá auxiliar no tratamento de câncer, em especial o de próstata. A matéria-prima também pode servir de base para fabricação de ração de alta qualidade para pets e outros animais.

Na UniEVANGÉLICA, os estudos são desenvolvidos no Núcleo de Inovação Tecnológica. A Goiás Alimentos é a fabricante de produtos de tomate da marca Goialli. O trabalho desenvolvido tem como objetivos aproveitar o chamado 'pomace', termo em inglês utilizado para designar a pele, sementes e parte da polpa que sobra dessa verdura. Jalles Fontoura, que é presidente da empresa parceira, destacou a importância da iniciativa.

"Há muito tempo eu tinha essa ideia de um aproveitamento mais intenso da parte mais rica do tomate, que é a semente e a pele... Comecei a pesquisar o mercado e notei que no Brasil ainda não há esse melhor aproveitamento", destacou Jalles em entrevista ao Popular. A expectativa é que já em 2023 sejam lançados o nutracêutico e a ração nobre feitos a partir do pomace. Os investimentos, da pesquisa à industrialização, chegam a R$ 5 milhões.

Na Goialli, das 70 mil toneladas de tomate, utilizados na produção de molhos, extratos e outros produtos, sobram 2 mil toneladas de pomace.

NIT

O projeto feito em parceria entre a UniEVANGÉLICA e a Goialli dará origem a uma startup, que está em fase de estruturação no Núcleo de Inovação Tecnológica da instituição de ensino, coordenado pelo professor Rodrigo Álvaro Brandão Lopes Martins. Ele esclarece que estudos são realizados no NIT para identificar todos os detalhes relativos à viabilidade do uso das sobras do tomate para produção do suplemento e da ração, com o objetivo de indicar o melhor aproveitamento.

Professor Rodrigo também sugere a possibilidade de que as matérias-primas provenientes das sobras de tomate sejam usadas para produção de cosméticos com potencial terapêutico, ou cosmecêuticos. A Goialli é a principal sócia da startup. Inicialmente, serão investidos R$ 100 mil. "Temos de mandar fazer moléculas marcadas radioativamente, no Canadá. Esses padrões levam de quatro a seis meses para serem produzidos", explica Rodrigo Álvaro Brandão Lopes Martins, coordenador do NIT.