Uma reunião entre vários representantes da comunidade negra da Universidade Evangélica de Goiás e do município trouxe a tona discussões sobre racismo e sobre a visibilidade negra.
“Muitas pessoas falam que acabou o racismo, mas não acabou. Eu já sofri muito”, declarou o acadêmico do curso de Educação Física, Juliano Silva. O egresso e presidente da comissão de combate às desigualdades raciais da OAB, o advogado José Rodrigues concorda e complementa: “Não devemos baixar a cabeça diante do racismo”.
O coordenador dos Cursos de Agronomia e Ciências Contábeis e também representante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) contou sobre uma pesquisa que foi realizada entre os acadêmicos da UniEVANGÉLICA. “Na nossa pesquisa perguntamos como nossos acadêmicos se declaram. E apenas 6% dos alunos se declaram pretos e 58% se declaram pardos. Isso mostra, que principalmente depois da pandemia, os jovens que menos tiveram acesso a educação superior foram os pretos”, explicou.
Emocionado, o segurança Porfírio dos Passos agradeceu a instituição por sempre acreditar nele e dar oportunidades, não olhando a cor de sua pelo. “Eu só tenho a agradecer a AEE (Associação Educativa Evangélica) por tudo que ela fez por mim”.
O Professor Roberto Alves, coordenador do Neabi, contou a história sobre o Dia da Consciência Negra, uma homenagem à morte de Zumbi dos Palmares. “Zumbi dos Palmares é o grande abolicionista brasileiro. Quando a lei foi assinada, praticamente não existiam mais pessoas escravizadas no Brasil. A escravidão já tinha acabado em todos os países quando foi assinada a lei”, explicou.
Outro dado importante é que, segundo o Prof. Roberto, o Brasil foi o maior em número de escravos e o único país onde não houve reparação para as pessoas escravizadas.
O reitor da UniEVANGÉLICA, Prof. Carlos Hassel Mendes ouviu atento todas as histórias e afirmou que para combater o racismo é preciso investir em educação. “A educação muda as pessoas. Não tem outra coisa a fazer para acabar com o racismo senão investir em educação”, concluiu
Semana da Consciência Negra
Além de debater o tema com a comunidade negra, aconteceu ontem em Anápolis o tradicional desfile da Consciência Negra. A ideia é mostrar a toda comunidade acadêmica a importância de se valorizar a beleza negra.
Muitas cores, músicas e idades diversificadas marcaram o desfile, que encantou todos os presentes.
© Copyright UniEVANGÉLICA 1947 - 2024