21/11/2025
Campus Anápolis

Mais do que uma reunião administrativa, o encontro realizado na última quarta-feira (19) foi um movimento simbólico e estratégico: o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) levou ao reitor da Universidade Evangélica de Goiás (UniEVANGÉLICA), Carlos Hassel Mendes, diagnósticos, pesquisas e propostas que aprofundam a agenda institucional de ações afirmativas e de combate às desigualdades étnico-raciais. O diálogo se deu às vésperas do Dia da Consciência Negra, reforçando a centralidade do NEAB na construção de uma universidade mais diversa, representativa e comprometida com sua responsabilidade social.

Participaram da reunião o diretor do NEAB, professor Roberto Alves Pereira; o vice-diretor, professor José Rodrigues Ferreira Júnior; o professor e diretor do Curso de Agronomia, João Maurício Fernandes de Souza; e o representante discente, Pedro Paulo Rodrigues de Assis, estudante de Psicologia. Também integram o Conselho do NEAB as professoras Constanza Thaise Xavier Silva, representante da área da saúde, e Elizete Cardoso de Amorim Lemes, representante dos colaboradores da instituição.

O encontro destacou o fortalecimento do NEAB enquanto espaço de formulação, pesquisa e articulação das políticas afirmativas da universidade. Os conselheiros ressaltaram que a atuação do núcleo tem se concentrado, especialmente, em estudos que produzem indicadores essenciais para o planejamento de ações institucionais, ampliando a compreensão sobre raça, permanência estudantil e experiências da comunidade acadêmica.

Duas pesquisas em andamento reafirmam esse compromisso. A primeira, coordenada pela professora Constanza, analisa a identidade étnico-racial de docentes e colaboradores do campus Anápolis com base nas categorias do IBGE — mais amplas e precisas do que aquelas usualmente utilizadas por setores de Recursos Humanos. A ausência de denominações como “pardo” e “amarelo” nas plataformas corporativas, conforme discutido, limita diagnósticos e invisibiliza parte expressiva da força de trabalho brasileira.

A segunda pesquisa, sob coordenação do professor João Maurício, investiga desigualdades socioeconômicas entre estudantes negros e demais grupos étnicos, focando especialmente nos impactos da pandemia sobre evasão e permanência. Os dados devem subsidiar futuras ações de apoio estudantil e aperfeiçoamento das políticas afirmativas.

Durante o encontro, o representante discente Pedro Paulo apresentou ainda um diagnóstico preliminar sobre a comunicação institucional entre a universidade e os alunos. O levantamento apontou que muitos estudantes desconhecem serviços fundamentais, como o UniATENDER, o próprio NEAB e outros setores de apoio acadêmico. Ele sugeriu a criação de uma cartilha digital unificada, capaz de tornar essas informações mais acessíveis e de fortalecer a relação entre a comunidade discente e os serviços institucionais.

A reunião consolidou não apenas o papel estratégico do NEAB, mas também a importância de integrar as pesquisas, diagnósticos e ações afirmativas ao cotidiano da universidade. O diálogo reforça a necessidade de ampliar a comunicação, fortalecer políticas de permanência e avançar na construção de uma UniEVANGÉLICA cada vez mais inclusiva, plural e comprometida com a valorização da diversidade étnico-racial, destacou o coordenador do NEAB.