24/02/2025
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O mês de fevereiro é marcado pela campanha Fevereiro Laranja, criada para chamar a atenção para a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento da leucemia, câncer do sangue que afeta os glóbulos brancos, conhecidos como leucócitos. A iniciativa também busca disseminar informações sobre os fatores de risco e estimular a doação de medula óssea, essencial para alguns pacientes.

Globalmente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a leucemia está entre os 13 tipos de câncer mais comuns, reforçando a importância de campanhas de conscientização como o Fevereiro Laranja. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados aproximadamente 704 mil novos casos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025.

Embora a leucemia não esteja entre os tipos mais incidentes, ela representa uma parcela significativa dos diagnósticos oncológicos no país. Estudos anteriores indicam que a taxa de incidência ajustada por idade para leucemia em crianças de 0 a 14 anos foi de 53,3 por milhão de crianças.

A hematologista Dra. Lessandra Bazi, professora do curso de Medicina na UniEVANGÉLICA, explica que a leucemia é um câncer que se origina na medula óssea – local onde são produzidas as células sanguíneas (glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas). “Existem quatro tipos principais de leucemia, que se diferenciam pela célula atingida e pela forma de evolução”, destaca:

  1. Leucemia Mieloide Aguda (LMA)
    • Caracteriza-se pela rápida progressão da doença.
    • É mais comum em adultos, embora possa ocorrer em qualquer faixa etária.
    • Os sintomas costumam incluir anemia, infecções frequentes e sangramentos.
  2. Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
    • Evolui mais lentamente e pode permanecer estável por longos períodos.
    • Geralmente afeta adultos.
    • Costuma ser diagnosticada em exames de rotina, pois muitos pacientes permanecem assintomáticos na fase inicial.
  3. Leucemia Linfoide Aguda (LLA)
    • É o tipo mais frequente em crianças, mas também pode acometer adultos.
    • A progressão é rápida, sendo fundamental o diagnóstico precoce para melhores resultados no tratamento.
    • Pode causar fadiga intensa, febres inexplicáveis, manchas roxas (equimoses) e dores nos ossos ou articulações.
  4. Leucemia Linfoide Crônica (LLC)
    • De evolução lenta, costuma surgir em pessoas com mais de 50 anos.
    • Muitos casos são detectados de maneira incidental, em exames de sangue de rotina.
    • Pode se manter estável por anos antes de apresentar sintomas mais evidentes.

Sintomas que merecem atenção

  • Cansaço extremo e prolongado;
  • Palidez (decorrente de anemia);
  • Perda de peso repentina e sem causa aparente;
  • Febre persistente ou infecções recorrentes;
  • Manchas roxas ou pontos vermelhos na pele (petequias);
  • Sangramentos incomuns, como gengivorragias ou sangramento nasal frequente;
  • Dores nos ossos e articulações;
  • Aumento de gânglios (linfonodos) no pescoço, axilas ou virilha.

A Dra. Lessandra Bazi ressalta que, diante de qualquer um desses sinais, é fundamental procurar avaliação médica e realizar exames de sangue, que podem apontar alterações importantes. “A leucemia, quando diagnosticada em fases iniciais, permite um tratamento mais eficaz, seja por meio de quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia ou até mesmo transplante de medula óssea, dependendo do tipo e da gravidade”, explica a especialista.

A importância da conscientização e da doação de medula óssea

O Fevereiro Laranja também reforça a relevância da doação de medula óssea, que pode salvar vidas de pacientes com leucemias e outras doenças hematológicas. O cadastro de doadores é simples e pode ser feito em hemocentros de todo o país. Quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores são as chances de encontrar um doador compatível para quem precisa de transplante.

Prevenção e hábitos saudáveis
Embora não exista uma fórmula exata para prevenir a leucemia, adotar hábitos de vida saudáveis – como alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas, evitar tabagismo e exposição exagerada a substâncias químicas – pode auxiliar na redução de riscos. Além disso, manter consultas médicas periódicas e realizar exames de rotina são medidas essenciais para detecção precoce de qualquer alteração no organismo.

Neste Fevereiro Laranja, a mensagem que fica é a de atenção aos sinais do corpo e valorização do diagnóstico precoce. “Com informação correta e campanhas de conscientização, é possível mudar o cenário da doença e contribuir para que mais pessoas recebam tratamento adequado em tempo oportuno”, destaca a hematologista.

 

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