20/09/2021
Campus Anápolis

Na última semana, os acadêmicos da Universidade Evangélica de Goiás puderam participar presencialmente ou online de mais uma edição do ComVocAÇÃO. O convidado foi o neurocientista Rafael Diedrich, um artista dedicado à educação e integração entre criatividade e funcionalidade no meio educacional.

Ele começou a palestra com uma atividade interativa e contou seu depoimento de como conseguiu viajar para 206 países em 10 anos. Uma das coisas que Rafael aprendeu durante esse tempo foi um conceito simples. “Devemos afastar dos nossos olhos o olhar da comparação e ter a sabedoria do olhar da contemplação”, diz.

Ele ainda contemplou. “O segredo da contemplação é enxergar beleza todos os dias. O ser humano perde a noção do que é belo pela comparação”.

Em uma palestra riquíssima, Rafael Diedrich também falou sobre resiliência, sobre os vários tipos de criatividade e sobre processos de cura. “Firmem sua identidade em algo que não está ligado ao tempo. Reclamar não é opção. O grande segredo da vida é gratidão”, concluiu.

 

Nós conversamos com o palestrante para saber um pouco mais sobre esse tema. Confira a entrevista:

 

Qual a importância da gratidão para a vida dos acadêmicos?

A gratidão é um modo de vida. E é um modo que viabiliza a vida. Então se o acadêmico entra no mercado de trabalho com esse conceito, ele vai exercer com melhor qualidade sua profissão. Ele vai aprender a agradecer as pessoas que estão no seu entorno, vai ser grato pelas dificuldades que tiver e também pelas bonanças. O ser humano é muito bom em agradecer aquilo que ele ganha, mas dificilmente ele agradece pelas perdas. Mas quando temos o conceito de agradecer até quando as coisas não estão da maneira que a gente quer, temos uma maneira mais leve de levar a vida.

As viagens que você faz, te ajudaram a definir essa teoria?

Sim, aprendemos isso nas viagens. Que agradecer quando estamos em lugares difíceis é tão bom quanto agradecer quando estamos em lugares incríveis.

Inclusive a gratidão é bíblica?

Pra nós cristãos, a ideia de nas aflições e nas provações termos bom ânimo é isso.

Qual o propósito dessas viagens?

A viagem é sempre um processo, não é um fim. A viagem ajuda a transformar e a melhorar três processos:

  • Um bom viajante gere muito bem o tempo. Todo bom viajante chega ao local da viagem já sabendo muito bem o roteiro dele. Então se torna um melhor gestor do tempo;
  • Um bom viajante se torna também uma pessoa que se organiza muito bem financeiramente. Caso contrário, ele vai voltar com muitas dívidas pra casa;
  • O outro aspecto é afastar o medo. O ser humano tem muito medo. Eu sei que o amor de Deus lança fora todo medo. Mas num processo de viagem, as pessoas tem medo de ir para o desconhecido. E quando você viaja para lugares difíceis, você vai quebrando esse processo de medo.

 E como viajar pagando tão pouco?

O primeiro segredo que nós descobrimos é que alguém paga muito caro para que outras pessoas paguem barato. Nós aprendemos a pesquisar sobre rotas e quais são os segredos das rotas. Uma verdade: quanto mais se viaja menos se gasta. Porque quando você vai só pra um país, você tem um preço de arrancada muito alto, mas quando você dá a volta ao mundo você faz viagens homeopáticas, então quando você completa a volta ao mundo, talvez você gaste menos do que indo só para a Europa.

Qual a mensagem você deixa para os acadêmicos?

As viagens são processos. E a vida se viabiliza quando você enxerga a vida como uma grande viagem. E enxergar a vida assim é muito gostoso porque você sabe a hora de partir, a hora de voltar, quais momentos você tem que comer em restaurantes melhores e quando comer um lanchinho de supermercado.

A vida é isso, saber gerir o tempo de uma maneira mais sábia. E consequentemente também é você se entender como estrangeiro. Porque isso te faz olhar as coisas de uma maneira diferente. Quando você é um nativo você não percebe mais as coisas. E quando a própria bíblia nos diz para vivermos como estrangeiros, o senhor quer que tenhamos muita atenção em tudo que façamos.