25/08/2015
Campus Anápolis

Presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, lança livro na AEE

25.08.2015

Nesta segunda-feira, 24, foi realizado, no auditório Edward Richard Senn, o lançamento do livro 'Convulsão Protestante - Quando a Teologia foge do Templo e Abraça as Ruas'. A obra é de autoria do Presidente da ONG Rio da Paz, Dr. Antônio Carlos Costa. O evento foi seguido de uma sessão de autógrafos. Participaram da cerimônia o presidente da AEE, Dr. Geraldo Henrique Ferreira Espíndola, do vice-presidente, Dr. Ernei de Oliveira Pina, do diretor do Curso de Medicina, professor Ms. João Baptista Carrijo, do coordenador do curso de Direito, professor Ms. Marcelo Henrique dos Santos, e do capelão universitário, Heliel Carvalho.

 “O livro é resultado do diálogo entre a Teologia que eu professo e as minhas experiências de campo, nas favelas, nas prisões, nos cemitérios, levando socorro aos parentes de vítimas de violência, nas manifestações de rua”, define o autor. Ele explica uma das bases para a concepção do livro: “Até o ano de 2006, a minha Teologia não se preocupou com as questões que hoje me preocupam. Então, foi uma reviravolta na visão dos meus pontos de vista teológicos. Mais um acréscimo àquilo que precisava ser incorporado ao que eu acreditava”.

Em menos de três meses, o livro chegou à sua 3ª edição. Antônio Carlos, que professa a fé cristã e é protestante, explica que o título da obra remonta aos ideais da Reforma Protestante. “E ao botar o meu tema, favela, eu passei por uma convulsão, por uma mudança abrupta, súbita, forte. Quando eu vi aquela realidade dos barracos, o abuso de poder, violação de direitos humanos, da falta de acesso à educação de qualidade, dos barracos sem rede de esgoto, eu passei a fazer perguntas para a minha Teologia. O que o Cristianismo que eu professo tem a dizer sobre esta realidade?”, cita.

“Foi então que eu passei a sair em busca de respostas para perguntas que até então eu nunca tinha feito na vida, como, por exemplo, as perguntas referentes à desigualdade social, ao controle social, à defesa dos direitos humanos. Isso, então, ampliou significativamente o meu conceito de ética cristã. Hoje, eu não consigo mais desincorporar do discurso a missão ao pobre, a defesa dos direitos humanos, o combate à desigualdade social e a ação política”, continua. Ele finaliza referendando que “há uma dimensão política muito evidente na ética cristã, uma vez que a ética cristã nos chama para amar. E o que fazer quando você se depara com pessoas cujo sofrimento, para ser mitigado, cujo problema, para ser resolvido, demanda uma ação política?”.

O capelão institucional, Heliel Carvalho, relembra que “a instituição (AEE) é confessional e primou, desde o seu início, em (19)47, retrocedendo, talvez, ao Couto (Colégio Couto Magalhães), em (19)32, primou por uma confissão protestante. E, especialmente, este livro faz o casamento, porque ele resgata tanto a pessoa do Antônio Carlos Costa, quanto este livro resgata uma visão teológica, procurando a mais pura essência do protestantismo, mas também uma resposta que abrace a rua. Uma Teologia que sai das quatro paredes e tem o que dizer sobre política, questões sociais, fome, violência, o rico o pobre”.

Pare o reverendo Heliel, “essa é a beleza deste trabalho, não só do trabalho, mas do autor; e a UniEVANGÉLICA, a Associação (AEE), tem procurado trabalhar em consonância neste resgate da confessionalidade, e uma confessionalidade que diz para a Juventude que há um caminho excelente para percorrer, que eles podem ser excelentes profissionais, mas também ter uma influência positiva na sociedade”.

O coordenador do Curso de Direito da UniEVANGÉLICA, professor Ms. Marcelo Henrique dos Santos, o período atual é “crítico” no que diz respeito a valores. “Hoje, infelizmente, e a igreja tem um papel extremamente importante no contexto dos valores, nós temos vivido um tempo de ausência deles. É ausência absoluta. Nós temos vivido tempos de coisas inimagináveis acontecendo. A vida não tem valido não é nem ‘quase nada’. Ela não tem valido coisa alguma. As pessoas matam, as pessoas ferem, as pessoas violentam, sem motivo, sem razão”, lamenta.

Para ele, “as atrocidades, em relação ao humanismo, ao respeito aos direitos humanos, da pessoa humana – hoje você tem que enfatizar a pessoa humana, porque algumas, sequer, têm sido tratadas como pessoas, e que dirá como humanos. Então, qualquer iniciativa que concorra para resgatar esses valores perdidos tem que ser muito valorizada, tem que ser muito apoiada. E a igreja, num contexto social, também não pode se apartar disso, de concorrer para que os valores sejam resgatados, sejam reconstruídos”.

Felipe Homsi