14/10/2013
Campus Anápolis

Áreas de engenharia promovem ações para a formação de profissionais

14.10.2013

A formação em engenharia é um dos desafios para o desenvolvimento do Brasil. O Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) aponta que o Brasil vive hoje uma grande demanda por engenheiros e tecnólogos. Somente com o pré-sal, o setor de petróleo e gás deve contratar mais de 150 mil engenheiros em diferentes especialidades. Com a área formando apenas 11% dos doutores do Sistema Nacional de Pós-Graduação, se coloca a questão se a carência de engenheiros poderia comprometer o desenvolvimento de infraestrutura do país.

Reunidos para a Avaliação Trienal 2013 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), os coordenadores das áreas de engenharia fazem um panorama da formação no país e traçam ações e estratégias que a comunidade acadêmica e o governo podem tomar para reverter esse quadro.

"O número de engenheiros que temos no Brasil em relação à nossa economia e população é pequeno. Então, sem dúvidas, precisamos aumentar os nossos quadros", afirma o coordenador da área de engenharias I, Estevam Barbosa de Las Casas.

Um fenômeno que exemplifica a carência de profissionais na área é a vinda de engenheiros de outros países para trabalhar no país. "Hoje o que acontece é um fluxo de profissionais de outros países que vêm ao Brasil para trabalhar nas engenharias", afirma Las Casas. "Há muitos profissionais trabalhando no país que vêm da Espanha e Portugal", exemplifica o coordenador da área de Engenharias II, Carlos Sampaio.

Ações

Para minimizar a carência de formação na área, os coordenadores de engenharia são unânimes em apontar a melhoria dos programas atuais, com implementação de mais bolsas e a abertura de mais cursos de qualidade. Mas existem ainda diferentes ações que podem capacitar a formação de engenheiros no país. Para o coordenador da área de Engenharias II, Carlos Sampaio, o mestrado profissional é uma modalidade importante para se investir. "Se incentivado, o mestrado profissional pode suprir boa parte das demandas do mercado", afirma.

Graduação e educação básica

Os coordenadores afirmam que, além de voltar a atenção para a pós-graduação para resolver a questão das engenharias no país, é preciso promover a melhoria dos cursos de graduação e na educação básica. "Esse problema na pós-graduação é um reflexo do que acontece na graduação. Ao longo dos anos, houve um desinteresse dos estudantes para os cursos de engenharia, que são exigentes, demandam mais tempo e a remuneração do mercado não é adequada", conta o coordenador da Engenharias IV, Antônio Marcos.

De acordo com o coordenador, é importante fixar os alunos nos anos iniciais do curso. "Foi constatado que se o aluno de graduação de uma engenharia fica até o segundo ano e meio, ele consegue terminar o curso", explica. Assim, ele destaca o Programa Jovens Talentos para a Ciência (JTCIC), coordenado pela Capes, como iniciativa que pode reverter esse quadro. "Esse programa conseguiu segurar os alunos. Ainda não estamos vendo os efeitos disso, porque é um programa muito novo, mas acredito que é de fato um programa sério, objeto de políticas de governo, para fazer com que os estudantes jovens se interessem pela engenharia e assim alcance a pós-graduação", afirma.

O coordenador da área de Engenharias I, Estevam Barbosa De Las Casas, destaca a visão sistêmica da educação promovida pelo Ministério da Educação (MEC), que reúne esforços para a melhoria da educação básica como maneira de resolver problemas encontrados na educação superior. "A preocupação do Ministério da Educação hoje começa no ensino básico para poder preparar os estudantes inclusive para que um dia se interessem pelas engenharias, melhorando o ensino de matemática, física e ciências em geral", explica.

FONTE: Pedro Matos
Publicada por Coordenação de Comunicação Social
CAPES