14/11/2023
Campus Anápolis

Por Kellen Ayana Alves Ceretta

Desde a sua independência, no ano de 1822, o Brasil tinha a monarquia como forma de governo. Porém, 67 anos depois, em 1889, uma nova forma de governo se instaura no país: a República. Antes de tudo, é importante sabermos o que isso significa. A origem da palavra "república" remonta ao termo em latim "res publica", que se traduz como "coisa pública".

Essa denominação reflete o foco no interesse comum dos cidadãos. Esse modelo de governo integra as principais instituições políticas da era moderna. Ah, a modernidade! E é aqui que tudo começa! No século XIX, o mundo todo estava se modernizando, como também os governos, principalmente, após o Iluminismo.

Um dos principais fatores foi o crescimento do movimento positivista, que não via na monarquia um propósito racional. Outro elemento foi, sem dúvida, a Guerra do Paraguai (1864 - 1870), os militares não entendiam não ter o devido reconhecimento depois de vencerem a guerra e reclamavam da baixa remuneração, de não terem participação na política, além do sistema de promoção de carreira.

Esses eventos, somados à insatisfação dos poderosos com a abolição da escravatura, resultaram no enfraquecimento da monarquia. Foi então que um grupo pequeno, composto por membros da elite, foi o responsável pela remoção da família real do trono, estabelecendo a nova forma de governo. Entre esses membros estavam militares, advogados e cafeicultores.

Grande parte da população não estava ciente da situação e não entendia muito bem o que estavam testemunhando. O jornalista Aristides Lobo, inclusive, ilustra de maneira precisa o que aconteceu na época: "O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada". A frase foi publicada no Diário Popular naquele 15 de Novembro e a "parada" na qual ele se referia era uma parada militar, algo comum até nos dias atuais.

Um dos líderes mais importantes no movimento que rompeu com a monarquia foi o marechal Manuel Deodoro da Fonseca, que mais tarde se tornou o primeiro presidente da república brasileira. É válido dizer que Deodoro da Fonseca era amigo de D. Pedro II e não participou diretamente das reuniões ou do planejamento da deposição do imperador. Sua mudança de postura ocorreu devido a uma série de eventos, incluindo a descoberta de que Gaspar Silveira Martins substituiria Ouro Preto como Primeiro-Ministro do Império.

Deodoro, que já não se dava muito bem com Gaspar, interpretou essa situação como uma traição e prontamente concordou em assinar o decreto que instituiu o novo governo.

Curiosidades:

A Proclamação da República é considerada por parte dos historiadores como um golpe de estado, devido à natureza forçada e à limitada participação popular. O movimento republicano, nesse contexto, foi amplamente impulsionado pela participação ativa dos militares.

Apesar de ser o principal responsável pela Proclamação da República, Marechal Deodoro da Fonseca era reconhecido por sua reputação e amizade pessoal com Dom Pedro II e também era monarquista assumido.

Em 14 de janeiro de 1890, foi promulgada a primeira lei que oficializou o feriado em 15 de novembro, visando legitimar o novo modelo de governo. Posteriormente, em dezembro de 2002, a Lei nº 10.607 estabeleceu a data como um dos feriados nacionais.

Em 1993, os cidadãos brasileiros participaram de um plebiscito nacional, por determinação constitucional, para decidir entre a forma de governo República ou Monarquia, e entre Presidencialismo ou Parlamentarismo como sistema de governo no Brasil. O plebiscito ocorreu em 21 de abril de 1993, e a população optou por manter a República e o sistema presidencialista de governo.

Kellen Ayana Alves Ceretta é Professora da UniEVANGÉLICA, onde ministra as seguintes disciplinas: Filosofia, estética e comunicação; Estágio e TCC II, na Publicidade e Propaganda. E também Política Externa Brasileira no Curso de Relações Internacionais.