05/10/2022
Campus Anápolis

A deficiência visual, seja total ou parcial, pode comprometer a rotina e até mesmo a qualidade de vida de uma pessoa. Entretanto, se as devidas medidas forem tomadas, é possível oferecer melhores condições de saúde e aprimorar a qualidade de vida desse público. Uma pesquisa realizada na Universidade Evangélica de Goiás – UniEVANGÉLICA, em parceria com o Instituto Politécnico de Milão (Itália) e a Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, tem entre seus objetivos proporcionar mais autonomia e independência às pessoas com deficiência visual.

‘Efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua associado ao treino proprioceptivo em pessoas com deficiência visual’ é o nome da pesquisa, realizada no Centro de Pesquisa e Inovação da UniEVANGÉLICA (CEPInova). Esse estudo integra as atividades do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Movimento Humano e Reabilitação (PPGMHR) da instituição.

“São aproximadamente 40 milhões de pessoas cegas em todo o mundo e quase 250 milhões que possuem perda moderada ou severa da visão. Muitos desses indivíduos possuem problemas relacionados ao equilíbrio e à coordenação motora. Quando sofrem traumas ou quedas, podem ter lesões sérias”, explica a professora Dra. Claudia Santos Oliveira, Coordenadora de Pesquisa da Universidade Evangélica de Goiás – UniEVANGÉLICA.

Para o professor Sandro Dutra e Silva, pró-reitor de Pós-graduação, Pesquisa, Extensão e Ação Comunitária da instituição, "é notório o crescimento das pesquisas na UniEVANGÉLICA. Já somos destaque em diversas frentes, nacionalmente e até internacionalmente. Graças ao apoio da Associação Educativa Evangélica, mantenedora institucional, há o incentivo necessário para a realização de iniciativas como essa".

"É preciso destacar ainda o papel das agências de fomento no incentivo à pesquisa institucional. Diversos projetos dos nossos pesquisadores recebem apoio financeiro por parte de diversas entidades, como CNPq, FAPEG e Capes, que apoiam iniciativas importantes para o avanço na produção de conhecimento. Os recursos investidos contribuem para a formação de equipes, estruturação de laboratórios e suporte aos novos cientistas, como no caso da iniciação científica", explica ainda Sandro Dutra.

Esse estudo sobre o uso de correntes elétricas em pessoas com deficiência visual para melhorar sua qualidade de vida tem o apoio e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás (Fapeg). “O uso da fisioterapia pode ampliar as possibilidades do deficiente visual e garantir mais independência e autonomia. É um processo de autoconhecimento”, destaca ainda a professora Dra. Claudia Santos.

Para verificar a eficácia da fisioterapia nesse grupo-alvo da pesquisa, tanto para a marcha quanto para o equilíbrio, é feita uma estimulação elétrica não invasiva em regiões específicas do cérebro. A técnica, conhecida como Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua, é indolor e fornece uma corrente elétrica baixa e contínua apenas na região cerebral de interesse.

Pequenos eletrodos são afixados ao corpo dos participantes da pesquisa, que são pessoas com deficiência visual voluntárias e selecionadas pelo grupo de pesquisadores. “Essa estimulação elétrica pode levar a um aumento da atividade cerebral. É uma técnica capaz de potencializar os efeitos dos exercícios físicos, quando realizados juntos. Isso ocorre porque as habilidades sensoriais dos participantes são intensificadas. Em crianças com deficiências visuais, os resultados podem ser ainda mais promissores, prevenindo possíveis atrasos motores”, detalha ainda a professora Cláudia.

Antes de iniciarem a participação na pesquisa, os voluntários passam por uma bateria de testes e avaliações. São utilizados aparelhos de última geração – um dos testes é a Análise Tridimensional do Movimento, também conhecida como avaliação da caminhada, utilizada para avaliar a locomoção humana.

“Este teste é realizado em um laboratório específico, repleto de câmeras e sensores de movimentos que captam em tempo real a locomoção humana, além de possibilitar que sejam identificadas possíveis anormalidades relacionadas ao equilíbrio e à caminhada”, professora Dra. Claudia Santos Oliveira, Coordenadora de Pesquisa da Universidade Evangélica de Goiás – UniEVANGÉLICA.

Serviço

A UniEVANGÉLICA está em busca de voluntários para a pesquisa ‘Efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua associado ao treino proprioceptivo em pessoas com deficiência visual’. Para participar, é necessário possuir alguma deficiência visual, idade mínima de 6 anos até 60 anos. A participação é gratuita. Mais informações podem ser obtidas pelos números (62) 98116-0777 ou (62) 99180-6491.

Equipe de pesquisa

Coordenadora do Projeto: Professora Dra. Cláudia Santos Oliveira - docente e orientadora do Programa de Doutorado em Movimento Humano e Reabilitação - UniEVANGÉLICA
Roberta Carneiro de Toledo - aluna de doutorado UniEVANGÉLICA e bolsista FAPEG
Rodolfo Parreira Borges - aluno de doutorado Santa Casa de São Paulo e bolsista CAPES
Deborah Carvalho da Silva Cardoso - aluna de mestrado UniEVANGÉLICA
Alunos de iniciação científica e graduandos em fisioterapia Maiquilaine da Mata Nascimento ; Jamily Gomes da Silva; Marya Eduarda Amorim Soares; Gabrielly Rodrigues Costa Silva e Milena Carvalho Pires
Instituto Politécnico de Milão - Manuela Galli e Veronica Cimolin