04/12/2025
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Os avanços da medicina transformaram a realidade de quem vive com HIV: com a terapia antirretroviral (TARV), o vírus pode se tornar indetectável e intransmissível, permitindo uma vida com qualidade e expectativa semelhantes às da população geral. No Brasil, exames, tratamento e estratégias de prevenção — como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) — são ofertados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso ao cuidado. Nesse cenário, o dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a AIDS, marca também o início do Dezembro Vermelho, mês dedicado à conscientização, ao combate ao estigma e ao incentivo à testagem regular.

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) ataca o sistema imunológico, deixando o organismo mais vulnerável a infecções e doenças oportunistas. A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) corresponde à fase avançada da infecção e não se caracteriza por um único sintoma, mas por um conjunto variado de manifestações que variam de pessoa para pessoa. A transmissão ocorre principalmente por relações sexuais sem proteção, pelo compartilhamento de seringas ou objetos perfurocortantes contaminados e da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação sem acompanhamento adequado.

O infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Evangélica de Goiás, Dr. Marcelo Daher, lembra que avvvvvv diversidade de sintomas torna a doença silenciosa e traiçoeira: “HIV e AIDS formam uma síndrome que leva a sinais e sintomas diversos. Ela não tem como característica um único sinal e sintoma, porque os pacientes sofrem uma diminuição do sistema de defesa”. Por isso, destaca, o diagnóstico precoce é fundamental — e no Brasil ele é acessível: testes rápidos dão o resultado em minutos, enquanto exames como ELISA, carga viral e contagem de CD4 permitem o monitoramento clínico adequado.

Com o tratamento iniciado no tempo certo, o vírus pode chegar ao nível de indetecção, impedindo a transmissão sexual e garantindo vida plena. Na prevenção, além do preservativo, a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) tem se destacado por reduzir de forma significativa o risco de infecção. Para Dr. Daher, trata-se de um avanço estratégico: “A prevenção do HIV funciona muito bem com o medicamento, evitando a transmissão da doença. A PrEP é uma estratégia que devemos usar e que traz resultados muito positivos”.

Preconceito e desinformação

Apesar dos avanços científicos, o estigma segue como um dos maiores desafios. A desinformação ainda afasta pessoas dos serviços de saúde, aumenta o medo do diagnóstico e alimenta preconceitos. Mitos persistem — como a falsa ideia de que o vírus pode ser transmitido por abraços ou beijos — e reforçam barreiras que dificultam o cuidado. Reafirmar informações corretas é essencial para promover acolhimento, combater o preconceito e garantir que mais pessoas procurem testagem, orientação e tratamento sem receio.

O Dezembro Vermelho tem papel decisivo nesse processo ao unir informação técnica, sensibilização social e incentivo ao cuidado integral. A campanha chama atenção para a testagem regular, o uso de preservativos, o acesso à PrEP e a adesão ao tratamento antirretroviral como caminhos seguros para reduzir novas infecções. Também reforça a necessidade de combater estigmas que ainda cercam a doença. “Com tratamento, temos vida normal e sobrevida normal”, enfatiza o médio Marcelo Daher, destacando a importância de políticas públicas contínuas voltadas à prevenção, ao diagnóstico e ao acompanhamento das pessoas que vivem com HIV.