24/04/2024
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No Mês de Conscientização da Doença de Parkinson, conversamos com o Médico Especialista em Neurologia e Professor de Habilidades Médicas do Curso de Medicina da UniEVANGÉLICA, Prof. Guilherme Coelho de Azevedo para tirar dúvidas sobre a doença e conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce para uma melhor qualidade de vida dos pacientes.

O Prof. Guilherme explica que a Doença de Parkinson é uma doença neurológica que afeta os movimentos causando tremores, lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala e escrita. “O sintoma mais conhecido é o tremor, que tende a aparecer enquanto o paciente está em repouso. É um tremor que não é evidente durante a escrita, movimentação e alimentação, sendo mais observável enquanto o paciente está parado. Além disso, é importante observar a dificuldade para caminhar, redução da expressão facial e volume da voz”.

Apesar de não ter cura, o diagnóstico precoce feito por um médico capacitado é importante para que o tratamento seja iniciado. “Mesmo não havendo tratamento curativo ou que reduza a progressão da doença, o tratamento sintomático consegue melhorar significativamente e até completamente os sintomas da doença. São diversas opções de tratamento, que variam conforme fatores clínicos. Mas é importante ressaltar que se o tratamento for interrompido, os sintomas podem voltar”, explica.

Com o tratamento correto, o paciente consegue melhorar sua qualidade, podendo ficar livre dos sintomas da doença. “É importante a gente entender que a doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, então é um processo contínuo de perda. Por isso, a reavaliação periódica é importante para conseguir um melhor controle dos sintomas com a menor incidência de efeitos colaterais”.

O tratamento inclui o uso de medicamentos, a reabilitação motora, incluindo formas de prevenção de quedas e melhoria dos sintomas motores. Outro ponto importante é o acompanhamento psicológico, tanto dos pacientes quanto dos familiares. “A doença de Parkinson também tem um impacto social e é comum precisar de acompanhamento de outros profissionais como psicólogos, geriatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas e até mesmo psiquiatras. Em alguns casos é importante a presença de um enfermeiro também”, informa o Prof. Guilherme.

“Apesar de não ter um tratamento curativo, a Doença de Parkinson é uma condição em que a avaliação precoce é muito importante para a exclusão de outras causas que podem provocar um quadro clínico semelhante e que esses sim podem ter um tratamento curativo. Em casos em que se exclui essa condição, o tratamento precoce reduz as limitações provenientes da doença e em alguns casos é capaz de eliminar as limitações funcionais mantendo a independência da pessoa por maior tempo possível. Outro benefício é reduzir os impactos sociais e estigmas que o paciente com Doença de Parkinson ainda sofre no meio social”, conclui.