No último domingo (18) foi celebrado o Dia do Orgulho Autista. A data foi criada para quebrar preconceitos e promover o diagnóstico e tratamento precoce, que pode ajudar no desenvolvimento e interação do autista.
Por isso, é importante que a primeira barreira seja quebrada pelos pais. Ao perceberem os primeiros sinais, eles devem procurar um especialista. De acordo com o professor do Curso de Psicologia da Universidade Evangélica de Goiás, Prof. Artur Vandré, alguns sinais devem ser observados pelos pais para o diagnóstico precoce. “Ao avaliar comportamentos de crianças dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), será sempre necessário levar em consideração a fase de desenvolvimento em que a criança se encontra”, explica.
Mas, de uma maneira geral, é possível observar:
“Quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor será as possiblidades de intervenção, estimulações e futuro desenvolvimento da criança. Será necessário aos pais, mediante os comportamentos da criança que indicam os sinais do TEA, procurarem ajuda de profissionais qualificados”, ressalta o professor.
Para os pais, também é importante ter uma rede de apoio. “Alguns pais solicitam atendimento em terapia, outros participam de grupos de ajuda mútua. Grupos de mães de crianças com TEA são formados com o intuito de apoio emocional, compartilhamento de histórias de vida e acolhimento. No Instituto de Análise do Comportamento Landin, há um grupo de mães para apoio e acolhimento, por exemplo”, explica o psicólogo.
Exemplo de superação
As irmãs Brenda e Betty Agi são exemplos de superação. Elas foram diagnosticas com autismo respectivamente aos três e quatro anos. “Na época as pessoas ainda não falavam em TEA, então, fomos diagnosticas como portadoras da Síndrome de Asperger”, explica Betty Agi.
Os pais perceberam que havia algo diferente porque as irmãs tinham problemas com interação social, uma delas não falava e ambas tinham seletividade alimentar. “Brenda chegava a fazer xixi na roupa quando alguém se aproximava. Mas por outro lado, aprendíamos coisas com muita facilidade, como línguas, por exemplo. Temos estereotipias bem características”, diz Betty.
Mas nenhuma diferença paralisou as irmãs. Elas são formadas em biomedicina e design e têm experiência como gerente de projetos há mais de 10 anos. Inclusive, participaram recentemente de um evento no Curso de Biomedicina da UniEVANGÉLICA. Foram nomeadas como uma das 100 pessoas afrodescentes mais influentes na categoria Projetos Humanitários, abaixo dos 40 anos, pelo MIPAD 100, lista reconhecida pelo ONU.
“Pais de crianças em suspeita e até pessoas adultas que possam estar se identificando com o tema, eu recomendo ter o coração aberto para descobrir um mundo novo, sem preconceitos. Essencialmente devemos nos livrar do fardo de cumprir expectativas dos outros e viver nossas próprias histórias, como fomos criados. Nossas fraquezas podem ser nossas forças se forem acolhidas e bem trabalhadas. A maior cura se chama amor e acolhimento, isso muda tudo”, conclui Betty.
© Copyright UniEVANGÉLICA 1947 - 2024