04/12/2025
Campus Anápolis

Os acadêmicos do curso de Direito da Universidade Evangélica de Goiás (UniEVANGÉLICA) participaram, nesta terça-feira (2 de dezembro), de uma visita técnica ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A atividade, conduzida pelos professores Adriano Gouveia e Camila Rodrigues de Souza Brito, integra a disciplina de Direito Penal – Execução Penal e tem como objetivo aproximar os estudantes da realidade do sistema prisional brasileiro, estimulando reflexão crítica e formação humanizada.

Localizada em Brasília, a Papuda é um dos maiores complexos penitenciários do país e abriga pessoas privadas de liberdade em regime fechado, semiaberto e provisório. Sua estrutura funciona como uma verdadeira cidade prisional, composta por cinco unidades: o Centro de Detenção Provisória (CDP), o Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e as Penitenciárias do Distrito Federal I e II (PDF I e PDF II).

A origem do nome “Papuda” remonta ao século XIX e faz referência a uma mulher negra escravizada que vivia na região e sofria de bócio, um inchaço no pescoço conhecido popularmente como “papo”. Com o tempo, o apelido associado a essa figura tornou-se a denominação oficial da área onde seria instalado o complexo penitenciário.

Durante a visita guiada, os estudantes da UniEVANGÉLICA puderam conhecer setores produtivos como a padaria, responsável pela fabricação de pães que abastecem todo o complexo, e o espaço de costura, onde detentos recebem capacitação profissional e produzem peças tanto para uso interno quanto para projetos sociais.

A professora Camila Rodrigues, supervisora do NAC Direito, destacou que a instituição goiana foi recebida de forma especial pela administração local, por ser a primeira visita oficial de uma universidade fora do Distrito Federal. Ela explicou aos alunos aspectos estruturais da Papuda, descrevendo como o complexo se organiza em múltiplos blocos, cada qual destinado a um perfil específico de preso, e reforçou que o local surpreende pela organização, limpeza e receptividade dos servidores. Para ela, a experiência teve impacto significativo na formação dos estudantes e até mesmo na compreensão sobre carreiras emergentes ligadas ao sistema penitenciário. Em sua fala, afirmou: “O Complexo Penitenciário da Papuda é como se fosse uma cidade penitenciária, com diversos blocos e uma organização que surpreende quem não conhece essa realidade.”

Entre os estudantes, a percepção geral foi de aprendizado prático e ampliação de horizontes. A acadêmica do 3º período, Cecília Melo Costa, relatou ter sido positivamente impactada pela forma como foram recebidos e pelo cuidado observado em todas as áreas visitadas. Segundo ela, ver de perto o funcionamento interno da Papuda permitiu desconstruir estereótipos sobre ambientes prisionais e evidenciar a importância de iniciativas de ressocialização. “Esse contato me permitiu ampliar a visão a respeito da importância da ressocialização das pessoas privadas de liberdade, lá eu pude ver como eles se preocupam em incentivar e dar oportunidade para os detentos se reerguerem”, destacou

Para a estudante Helloyse Maria F Rodrigues, também do 3º período, a vivência também contribuiu para confirmar rumos profissionais e aprofundar reflexões sobre direitos humanos aplicados ao cotidiano prisional. A visita, segundo ela, revelou uma realidade muito diferente do imaginário coletivo e trouxe elementos concretos para reforçar seu interesse pela carreira pública. “Acredito que além da matéria de Direito Penal, vimos na prática também os Direitos Humanos sendo empregados.”, afirmou.

A visita à Papuda reforça o compromisso da UniEVANGÉLICA com uma formação jurídica crítica, humanizada e alinhada às demandas reais da sociedade, promovendo vivências que ampliam o olhar dos futuros operadores do Direito sobre a dignidade e os direitos das pessoas privadas de liberdade.